Esse projeto é um convite para quebrar o tabu. Um canal de inspiração e de informação para quem vive o luto e para quem deseja ajudar

Boas conversas para aquecer o coração

O Dia de Finados pode ser uma data especial ou um dia qualquer de reverenciar a memória dos que já partiram. Seja qual for a sua relação com esse dia, pode ser um bom momento para se permitir um certo recolhimento e fazer alguma coisa que traga serenidade, boas lembranças e inspire reflexões. Ouvir podcasts sobre o tema do luto é a nossa indicação para hoje

Na nossa última reunião, eu e minhas colegas do #vamosfalarsobreoluto conversamos, entre outras coisas, sobre publicar ou não algum post especial para este Dia de Finados. Descobrimos que temos relações diferentes com a data. Eu, particularmente, gosto de ir ao cemitério nesse dia (em outros também!). Acredito na energia poderosa de muitas pessoas que se encontram em um mesmo espaço físico unidas pelo pensamento em seus mortos. Acho que é um bom lugar para pensar nos nossos queridos que se foram e refletir sobre nossa própria finitude. Gosto do cheiro das flores, do som dos passos das pessoas caminhando entre os jazigos, das conversas em voz baixa, de certo clima de reverência e delicadeza que paira no ar.

Nem todo mundo gosta de ir ao cemitério, nem precisa. Quem vê algum simbolismo nessa data, no entanto, pode celebrar da maneira que quiser: colocar flores em um vaso, fazer uma prece, lembrar uma história, rever um álbum de fotos, ouvir uma música que evoca quem se foi. E que tal ouvir uma boa conversa sobre saudade, amor e muitos jeitos de encarar as partidas? Minha sugestão é escolher um lugar especial, pode ser o jardim ou um banco de parque, ou em casa, num canto gostoso, com uma xícara de chá na mão e ouvir um podcast com histórias que vão aquecer o coração.

Essa nova mídia que vem ganhando um espaço cada vez maior na nossa vida, com sua diversidade de temas e abordagens , tem esse encanto anacrônico que remete ao tempo em que os avós se reuniam em torno do rádio e punham a imaginação para complementar o áudio de um noticiário ou novela. Ok, hoje é uma prática solitária, com o fone de ouvido e telefone celular, mas a magia permanece. A gente se recosta de olhos fechados e viaja nas palavras, é muito bom. Os podcasts que eu recomendo a seguir são particularmente comoventes, por isso, além da xícara de chá ou café, talvez caia bem uma caixinha de lenços de papel.

Konstantin Dyadyun

Draft Retrato #6Luto com Paulo Camossa Júnior : “O luto é uma nova compreensão da existência”
Quem nos segue aqui desde o início deve lembrar da história do publicitário Paulinho e sua filha Amanda, que partiu aos 18 anos. Nossa estréia foi com a sua história, contada de forma muito inspiradora. A publicação é uma das mais lidas desde o início do nosso site. Agora, nesta conversa de 55 minutos com o idealizador do Projeto Draft, Adriano Silva, a gente se comove novamente com a forma elevada com que Paulo lida, há 11 anos, com a presença gigante da ausência da Amanda em sua vida.

Draft Retrato #13Amizade que nasce do luto, com Otávio Rodrigues e Paulo Camossa Júnior

De novo o querido Paulinho, agora em conversa com o jornalista Otávio Rodrigues, de quem se aproximou ao saber que, poucos meses depois do falecimento da Amanda, partia Bianca, quase da mesma idade e de forma tão repentina quanto. Nascia entre os dois, que ainda não se conheciam mas que tinham muitos amigos em comum, uma amizade duradoura e mágica, como eles comentam, com a leveza e o bom astral que caracterizam os dois, neste episódio da série Draft. : “uma conversa delicada e leve entre os dois sobre amor, perda, tristeza sobre seu papel de pais e o redesenho da existência”

Minha Primeira Vez Pocket #01 – Chico Bento

O criador do podcast Minha Primeira Vez, Caio Corradini faz uma série com o objetivo de falar das suas reações a experimentar algo pela primeira vez: um filme, série, jogo, livro, quadrinho, etc. Neste episódio, escolheu uma história do quadrinho do Chico Bento, de Mauricio de Sousa, Arvorada, que ganhou de presente de um grande amigo e que acabou o transportando para sua casa, sua infância e sua primeira experiência com a morte e o luto. Uma delícia de história sobre entender a beleza e os momentos mais importantes da vida, vistas pelos olhos da criança que sempre seremos.

FinitudeTudo tem fim. Mas o único fim que é certo é o da vida. A cada semana, os jornalistas Renan Sukevicius e Juliana Dantas tratam de um aspecto diferente sobre o que é finito.

Vale escolher um ou mais episódios da série, que já tem um ano no ar. Com diferentes entrevistados, muita sensibilidade e profundidade os programas abordam temas como luto, cuidados paliativos, testamento vital, diagnósticos de doenças graves e nos levam a uma reflexão serena e necessária sobre a nossa própria finitude.