Quero ajudar - No trabalho
Como a empresa pode ajudar?
A expressão utilizada para o afastamento de um colaborador do trabalho em razão da morte de um parente é “Licença nojo”. Apesar do termo nos remeter a repulsa, nojo também significa luto.
Essa licença está prevista em lei e estabelece que o trabalhador pode faltar, sem desconto de seu salário, de 2 a 9 dias de trabalho, dependendo do regime jurídico do colaborador (CLT ou servidor público) e do grau de parentesco com o falecido.
As empresas, no entanto, podem ir muito além de uma licença legal. Quando se perde alguém querido, o cuidado e o apoio que se recebe têm uma enorme importância no processo de luto. A empresa pode, e deve, fazer parte dessa rede de apoio e ajudar o enlutado a atravessar esse momento difícil da melhor forma possível.
Segue uma lista de ações e atitudes positivas que ajudam o enlutado no seu ambiente de trabalho:
1- Informar e orientar os demais colaboradores sobre a perda de alguém próximo a um colega: a empresa deve orientar as equipes sobre como receber o colaborador que sofreu uma perda em seu retorno. Os colegas de trabalho tendem a ficar desconfortáveis, alguns até fogem do encontro com a pessoa porque o assunto pode ser muito difícil. O acolhimento dos colegas é fundamental: não fugir, não desviar o olhar, ouvir, se oferecer para ajudar, conversar, abraçar, são atitudes muito positivas. Em contrapartida, as pessoas devem evitar: pedir para o enlutado ser forte, para não chorar, para não falar do assunto ou dizer que vai passar. Por mais que sejam bem-intencionados, esses conselhos NÃO ajudam;
2- Antecipação de férias: caso o colaborador precise de mais dias por ainda estar com dificuldade de retomar o trabalho, antecipar férias pode ser melhor do que contar com uma licença médica;
3 – Permitir ao enlutado a participação de palestras e grupos de apoio ao luto, extensiva à família. A empresa pode flexibilizar horários se o enlutado tiver que se ausentar em algum período de trabalho para essa finalidade;
4 – Mudança temporária de setor: para os casos em que a atividade laboral está diretamente ligada a questões delicadas de relacionamento com pessoas, como setores de RH ou atendimento ao cliente por exemplo, em que a condição do enlutado possa comprometer seu desempenho; ou quando sua função exige muitas viagens em um momento em que a pessoa precisa ficar mais próxima da família e amigos. Essas mudanças devem ser previamente combinadas e o enlutado deve se sentir confortável com elas.
5- Indicação de textos de apoio: a empresa pode indicar e disponibilizar leitura relacionada ao tema;
6- Disponibilidade de trabalho home office: para os casos em que esse modelo é possível, pode ajudar o funcionário a resolver seus problemas até se sentir bem para retomar sua rotina. Essa flexibilidade pode ajudar muito em casos como o de uma funcionária que, por exemplo, perdeu a mãe que cuidava de seus filhos.
7 – Flexibilidade de horário no primeiro mês da perda: permitir que a pessoa altere os horários de trabalho sem ônus ao colaborador pode favorecer a reorganização da sua rotina e vida pessoal.
8 – Auxílio funeral : pode ser uma verba em dinheiro, ou a participação nas despesas decorrentes do funeral como custos com funerária, cemitério ou crematório. Ou ainda disponibilizar um plano de assistência funeral para todos os colaboradores;
9- Auxílio jurídico para elaboração de documentos pós-morte (certidões, aposentadoria e seguros): essas questões práticas se tornam complicadas no meio do turbilhão do processo de luto. Receber orientação adequada ajuda muito.
10 – Atendimento psicológico emergencial: é muito importante que o enlutado conte com alguma rede de apoio profissional e a empresa pode oferecer, financiar ou indicar especialistas ou serviços disponíveis.