Esse projeto é um convite para quebrar o tabu. Um canal de inspiração e de informação para quem vive o luto e para quem deseja ajudar

Direitos das crianças em luto

É dever dos pais e cuidadores de crianças em luto zelar para que elas recebam acompanhamento e ajuda necessária para um desenvolvimento intelectual, físico emocional e social adequado. E garantir a elas, após o falecimento de um ente querido, os direitos que listamos aqui

ben-white-148435Nesta semana da criança transcrevemos abaixo um manifesto sobre os direitos das crianças em luto.

 

Tenho direito a:

– Receber a notícia. Preciso saber a verdade sobre o que aconteceu, o mais breve possível, e em uma linguagem clara, sensível e fácil de entender.

– Participar dos rituais fúnebres. Quero ser consultado sobre a possibilidade de participar do velório, enterro ou cremação, e sobre a possibilidade de ver meu ente querido e me despedir dele se assim eu quiser.

– Expressar de maneira livre e espontânea os meus sentimentos. Posso sentir raiva, tristeza, culpa, medo, solidão, e ás vezes, não sentir nada. Que me permitam chorar e dizer o que sinto sem ser julgado ou criticado.

– Receber ajuda dos adultos para sobreviver à minha dor. Que prestem atenção ao que sinto, ao que digo, ao meu comportamento, especialmente meus professores e os adultos que me querem.

– Recordar e falar frequentemente sobre a pessoa que se foi. Ser escutado e tolerado quando quero falar sobre a pessoa que perdi.

– Receber proteção incondicional e a dedicação dos adultos. Que sempre haja um adulto disposto a me acompanhar em meu processo de luto, que se preocupe com a minha saúde física e emocional, com a minha alimentação, minha educação e minha recreação.

– Manter minhas rotinas. Em função das mudanças que acontecem em todo processo de luto é importante continuar com as minhas atividades e horários para que eu possa ter mais estabilidade e segurança.

– Conservar limites e normas. Meu luto não justifica superproteção ou tolerância com o rompimento de regras.

– Receber apoio da minha família e da minha escola. Que haja uma boa comunicação entre eles, que se informem sobre o luto das crianças, que tenham preocupação genuína, disposição para me ajudar, sentimentos amigáveis, honestidade e respeito.

– Estar acompanhado de um adulto que se ocupe do seu próprio luto. Por trás de uma criança em luto geralmente há um adulto em luto. Tenho direito que ele se ocupe de sua própria elaboração para que não dificulte a minha.

– Receber ajuda de pessoas capacitadas para cuidados de crianças em processo de luto. Se for necessária atenção profissional que me seja permitido ter acesso a ela.