Inspiração - A gente indica
Morrendo na primeira pessoa
A morte é lambuzada de vida e de humanidades. Há tantas formas de pensar sobre ela quanto vivedores e morredores. A beleza, mesmo quando brutal, é quando essas narrativas são capazes de enfrentar a complexidade deste momento, com todos os sentimentos ambíguos e as contradições que o povoam. Seria uma pena, afinal, reduzir um momento tão abissal quanto inescapável a um manual pobre do “morrer bem”. Como na frase que adoro: “A morte não é o contrário da vida, a morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrários”.
O artigo é uma fonte rica de referências de pensadores, livros, filmes e projetos que se dedicam a pensar a morte e o luto. Para a nossa felicidade, a mestre Eliane cita o “Vamos Falar Sobre o Luto?” como uma das manifestações dessa nova perspectiva contemporânea em que o morrer e o viver o luto entram em primeira pessoa:
Minha aposta é de que o mais fascinante deste novo olhar sobre a finitude humana possivelmente ainda virá. E virá não por aqueles que já têm um lugar de escuta, mas pelos anônimos que começam a produzir narrativas na internet sobre o envelhecimento, a doença e a morte. Assim como as redes sociais vêm produzindo tanto sobre tudo – e não só discursos de ódio –, também autorizaram um dizer que revela como cada um se coloca diante da mortalidade.
Leia o artigo completo da Eliane Brum em sua página no El País:
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/03/opinion/1438613579_409808.html
* Eliane Brum é escritora, jornalista, documentarista brasileira. Sempre fonte de inspiração e reflexão.