Esse projeto é um convite para quebrar o tabu. Um canal de inspiração e de informação para quem vive o luto e para quem deseja ajudar

O peixinho que fica para sempre no coração

O primeiro contato de uma criança com a morte deve ser respeitado: mesmo que seja a de um peixinho dourado

A maioria de nós já viveu esta história: um aquário com um peixinho dourado, o peixinho dourado morre e a gente pensa logo em jogar fora e colocar outro no lugar para uma criança não ficar triste. Tiramos proveito do fato de todos os peixinhos dourados serem quase indistinguíveis uns dos outros para poupar nossos filhos de uma “desnecessária” relação com a perda. Mesmo que seja por um simples peixinho dourado, tão parecido com aquele que pode assumir o seu lugar, o luto existe. E tem um lugar importante na vida de uma criança. Pode prepará-la para uma melhor compreensão da morte, de perdas e dores maiores.

IMG_6008
Para quem acha que a história pode ser contada para as crianças de uma forma diferente do que a da simples “substituição do peixinho dourado”, recomendo a leitura, junto com elas, de um livrinho muito singelo e bonito: Os Peixes, O Vovô e O Tempo (Editora Poche). Da autora gaúcha Letícia Möller ,com ilustrações de Carla Pilla, o livro conta a história de Helô, que encontra seu peixinho Lady morto no aquário e decide preservar seu corpo em uma caixinha de bijuterias.
O drama banalizado pela família, a tristeza da menina e uma linda conversa com o avô sobre a avó que já morreu ensinam Helô a entender a alegria e o poder de manter as memórias de quem partiu.
Um conto inspirado sobre o que de fato devemos guardar no coração.