Inspiração - A gente indica
O Cinema e o Luto
Desde agosto de 2017 recebemos um grupo de mais de 100 pessoas cheias de vida, com perfis bastante distintos, interessados em assistir um filme em que a morte norteia a escolha e o rumo da conversa que teremos naquela noite após o filme. Este encontro acontece todos os meses no Cineclube da Morte no Caixa Belas Artes, em São Paulo.
Testemunhando todas as facetas da morte na telona, saímos tocados, inspirados, incomodados e acima de tudo, querendo honrar a vida e viver plenamente.
A proposta é criar um espaço de reflexão, troca e aprendizado. Assistindo filmes, temos a possibilidade de nos colocar no lugar do personagem e refletir.
Esta seria minha escolha?
O que eu quero para o fim da minha vida?
Quais são meus medos? Quais são meus desejos?
O que quero mudar na minha vida?
Porque isso me tocou tanto?
E assim vamos nos preparando para viver o inevitável. Negar a morte apenas nos deixa despreparados para morrer e para ajudar uma pessoa amada a morrer. E a morte tem muito a nos ensinar, se deixarmos.
A curadoria dos filmes é feita a partir da perspectiva que queremos trazer para a discussão.
Ainda teremos 03 sessões em 2018. Venha nos encontrar!
02/Out – Antes de Partir (encerramento da Semana InspiAÇÕES Sobre Vida e Morte – o Vamos Falar Sobre O Luto é apoiador desse evento! Clique aqui para conferir a programação)
06/Nov – Para sempre Alice
18/Dez – Intocáveis
Os ingressos são vendidos na bilheteria ou no site do Caixa Belas Artes, e começam a ser vendidos sempre às quintas-feiras da semana anterior da sessão (http://www.caixabelasartes.com.br/ingresso-online/)
Acompanhe novidades sobre a agenda na página do Facebook: infinito.etc
Compartilho aqui minha lista com alguns filmes já discutidos no Cineclube da Morte e outros que estão por vir:
A Partida – 2008
Este filme fala sobre o ritual de preparação do corpo, o sagrado e sobre propósito de vida,
Trata a morte de maneira direta ao apresentar-nos a profissão de preparador de corpos. No Japão há uma cerimônia com os familiares e amigos presentes em que o corpo é limpo e maquiado para voltar à vida. Além de possui uma quantidade assombrosa de momentos tocantes (leve seu lenço), seja por esses momentos ou pela poesia implícita neles, A Partida de certa forma celebra a vida como um processo de auto-descoberta, e a morte como uma despedida solene das pessoas que convivemos por este breve tempo.
A balada de Narayama – 1983
Crenças culturais e escolhas. Morte como escolha. Sociedade
Mostra o embate entre valores da alma, representado pela força do instinto animal, versus os valores morais do homem.
A tradição e a cultura ganham eco na comunidade isolada em que vive a personagem Orin, que, de acordo com as características do local e da época, são obrigados a selecionar entre idosos que completam 70 (anos) de idade e recém-nascidos, aqueles que terão o direito de continuar vivendo, em benefício da subsistência dos demais membros.
Cerejeiras em flor – 2009
Olhar pro outro, respeito, escolhas. Marido e Mulher
Como dar amor e felicidade a alguém que você ama e está prestes a morrer, se ele é fechado para qualquer aventura e emoção? É com este desafio que começa o filme Hanami – Cerejeiras em Flor (Kirschblüten, Alemanha, 2008) da diretora Doris Dörrie.
Mar adentro – 2004
Eutanásia, escolhas. Foco no paciente
O filme é baseado em fatos reais e versa sobre a história do pescador espanhol Ramon Sampedro (Javier Bardem) que ficou tetraplégico após um acidente no início dos anos 70. Nos 25 anos que se seguiram, Ramon luta para morrer.
Invasões Barbaras – 2003
Proporcionar um bom final de vida. Ler nas entrelinhas. Pai e filho
O enredo de “As Invasões Bárbaras” se dá em torno de Rémy (Rémy Girard), um historiador, professor universitário em Montreal, que se encontra em fase terminal de um câncer, e de seu filho, Sébastien (Stéphane Rousseau), administrador de riscos financeiros em Londres que tenta a todo o tempo proporcionar ao pai um final de vida melhor, com menos sofrimento.
Fale com ela – 2002
Compaixão, cuidado.
No cerne da trama, um sentimento meio fora de moda: a genuína compaixão pelo ser humano.
O quarto filho – 2001
Luto. Como aceitar a morte. Família
No filme, o cineasta italiano Nanni Moretti (que interpreta o psicanalista Giovani) nos faz quase conformar-se com a felicidade da família que, pouco mais fosse retratada, chegaria a entediar. Mas Moretti nos leva até o limite aceitável para, num passe de cuidado cinematográfico, nos trair a emoção. A morte do filho Andrea parte a união familiar como também o coração do público.
Truman – 2016
Escolha do destino da vida. Paciente
Darín interpreta Julian, um ator argentino radicado em Madrid. Ele, que lutava contra um câncer, recebe a notícia de que a doença se espalhou por todo o corpo. Sem perspectiva de cura, ele decide interromper o tratamento e aguardar pela morte. Então, recebe a visita de um amigo de infância que mora no Canadá, Thomas (Javier Cámara). O amigo tenta convencer Julian a seguir lutando, mas, sem muita abertura, acaba convencido a aproveitar o curto tempo que eles têm juntos para matar a saudade e também se despedir.
Outros títulos
Conta comigo – 1986
A última grande lição – 1999
Antes de partir – 2008
Como eu era antes de você – 2016
Doce novembro – 2001
Elza e Fred – 2014
Encontro marcado – 1998
Ensina-me a viver – 1971
Lado a lado – 1999
Menina de ouro – 2005
Meu primeiro amor- 1991
Pequena miss Sunshine – 2006 –
Minha vida sem mim – 2003
O óleo de Lorenzo – 1993
O sétimo selo – 1957
P.S. Eu te amo – 2008
Uma lição de vida – 2001
Uma prova de amor – 2009
Pra sempre Alice – 2015
Intocáveis – 2012
Espero vocês!
Tom Almeida
É fundador do movimento inFINITO e da Semana InspirAÇÕES Sobre Vida e Morte.